Conhecer uma cultura diferente da nossa é sempre uma experiência muito rica, são novos aprendizados, contatos nunca antes imaginados em vários aspectos, desde o artístico ao musical, intelectual, linguístico e muitos outros. A experiência de entender o que é a base de uma outra cultura é sempre intrigante e atrai muitas pessoas.
Como sabemos, a cultura brasileira é rica, porque aqui se instalaram muitos representantes de vários povos, mas sobretudo da Europa África e povos indígenas que aqui já viviam. Dessa miscigenação nasceu esse povo extremamente rico culturalmente. Um dos povos que vieram para cá, em menor quantidade que os anteriores, trazendo suas tradições e costumes foram os japoneses, a maioria como imigrantes a fim de trabalhar em nossas terras.
A cultura japonesa é conhecida por seu tradicionalismo, seus traços fortes ligados à herança cultural histórica que os filhos do Japão guardam com muito zelo, onde quer que estejam. Valores como o trabalho, a honra, o respeito aos pais e outros são exemplos das bases culturais desse povo que até a primeira metade do século passado era governada por um imperador. Não é de se estranhar, pela distância geográfica e cultural, que tenhamos diferenças muito grandes em relação a eles. Mas será que até na hora da manicure essa diferença é notada?
O vídeo publicado pela brasileira Elizângela Mendes na sua página “Elisa no Japão”, que conta com mais de cento e vinte mil seguidores, mostra um pouco de como funciona o serviço de manicure na terra do sol nascente.
Um serviço diferente
Quando se vai a um salão de manicure o que se espera é um corte ou lixa, que se retire as cutículas e depois pinte, certo? Errado! O normal para as japonesas, que possuem cutículas muito finas, que causa estranhamento a todos e todas que assistem ao vídeo da brasileira Elizângela, é apenas fazer uma raspagem na cutícula de forma bem leve, sem cortar, passar uma base bem grossa, cujo objetivo é dar volume às unhas e depois pintar.
Na pintura é que elas se aplicam, podem ser feitos desenhos de vários tipos, aplicação de pedrarias, bem como de figuras feitas em gel. Aos olhos de um brasileiro pode parecer estranho, mas essa estética é comum para as japonesas.
Porque não retirar as cutículas? Onde foi parar o alicate?
A brasileira fala da dificuldade que faz parte da vida de quem deseja ser manicure no Japão. Alguns dos comentários no seu vídeo que teve milhões de visualizações na rede social brincavam sobre o preço cobrado pelo serviço, cerca de R$133,00. Ela explica que, embora o valor faça parecer que é muito bom trabalhar de manicure no Japão, a vida delas não é fácil.
As manicures japonesas são submetidas a muito estudo, e o funcionamento da atividade depende de uma licença concedida pelo estado. Como sabemos licenças exigem um pagamento em dinheiro para poderem ser emitidas. Todo cuidado com as cutículas ocorre porque, naquelas terras, arrancar um “bife” um pouco maior pode levar a manicure a um processo de indenização. Geralmente quem contrata esse tipo de serviço assina um termo de responsabilidade. O cuidado é tão grande que, antes de iniciar qualquer adicional a profissional informa o preço e pergunta se é do desejo da cliente que seja feito aquele serviço.
Algumas manicures até fazem atendimento em domicílio, mas isso não impede elas de firmarem o mesmo termo de compromisso, e são minoria, a maioria trabalha em salões. A brasileira ressalta também como é difícil achar alicates por lá, o que se vende com mais frequência é uma espécie de espátula que deveria ter a mesma função, mas que não é a mesma coisa segundo a brasileira.
Como elas não costumam trabalhar fazendo cutículas, investem com esmero nas artes das unhas em si. São desenhos dos mais variados. E tem só mais um detalhe, se você quiser retirar a espessa base que recobre suas unhas aplicadas no salão, você precisa voltar lá e pagar mais caro por isso, embora saia com acetona, Elisa explica que com o tempo as unhas acabam desgastando.
E aí, você achou muito diferente, talvez viver fora do país não seja algo para todo mundo, não é mesmo?